Hinduísmo |
O Hinduísmo, Bramanismo ou sanatana dharma (Lei Eterna), como preferem chamar seus seguidores, pode ser definido como o conjunto de ritos, princípios e práticas que vieram para Índia por volta do ano 2.500 a.C. trazidos pelos vedas e foram sendo inicialmente transmitidos oralmente de geração a geração até finalmente serem transcritos. Hinduísmo tem caráter histórico, pois sua utilização deriva-se de hindu a denominação dada pelos persas e gregos aos povos que habitavam as margens do Rio Sindhu - atual Indus. Posteriormente sob o domínio inglês, a fé deste povo foi denominada "hinduism", anglicismo aportuguesado como hinduísmo. O Hinduísmo não é considerado por alguns como uma religião, visto que ele não possui todos os atributos que definem, formalmente, uma religião, tais como: fundador, hierarquia, liturgia e dogmas, entretanto é praticada por mais de 85% da população da Índia. Na verdade, podemos dizer que o Hinduísmo é, para o povo da Índia, mais que uma religião, pois faz parte da história e do modo de vida deste povo. Por sinal a palavra Hinduísmo deriva de hindu, que foi a denominação dada por persas e gregos aos povos que moravam nas margens do rio Sindhu. Como não foi fruto de nenhum profeta a fé hindu é conseqüência da experiência de vários sábios, que a partir de suas próprias vivências trouxeram a sua visão da verdade e a transmitiram ao povo. Outra característica da fé hindu é a sua universalidade, pois é respeita e reconhece todas as formas de culto e de fé, atribuindo valor aos profetas e ícones das outras religiões. Os fundamentos da religião estão contidos nos quatro livros sagrados, os vedas, que em sânscrito quer dizer conhecimento, e são: o rig-veda; o sama-veda; yajur-veda e o athara-veda. Estes livros contêm hinos, ritos e preces que são compostos de duas partes: a parte do trabalho e a do conhecimento. Dentro dos vedas encontram-se duas grandes epopéias: o Mahabharata (grande Índia), composto de aproximadamente 250.000 versos que narram a história da Índia, embora por causa do seu aspecto mítico e fabuloso, muitas vezes seja árduo distinguir o que é ou não real, o que o torna o seu texto um tanto quanto inverossímil. Este livrou levou cerca de 800 anos para ser escrito, tendo sido iniciada por volta de 400 a.C. Dentro do Mahabharata é que se encontra o famoso Bhagavad-Gita (O Canto do Senhor Bendito), que narra o diálogo entre Arjuna e seu cocheiro, que era secretamente o deus Krishna (a oitava encarnação de Vishnu), sobre a inevitável guerra entre os Kurus e os Pândavas para obterem o domínio da cidade de Hastinapura, um dos mais importantes centros da civilização hindu. O outro épico e o Ramayana, que é composto por cerca de 50.000 versos e narram as aventuras do príncipe Rama (a sétima encarnação de Vishnu), e sua esposa Sita. Há também os Upanishads, que são considerados como a essência original dos vedas e é o mais sagrado de todos os livros. Embora possua um vasto panteão de divindades, o hinduísmo possui uma trindade principal que é composta por Brahma, Vishnu e Shiva (Criação, Preservação e Destruição). Ao contrário do que a maioria pensa, a religião dos vedas não é politeísta, pois todos os deuses e deusas são na verdade manifestações do Deus uno ou verdade suprema, que é Brahma. Para os hindus a verdade (Brahma) é uma só, que abrange a tudo e a todos, caracterizando o panteísmo desta religião. Segundo os ensinamentos hinduístas o mundo material em que vivemos é uma mera ilusão, que Maya (a ilusão), faz parecer real para enganar os homens e fazê-los sofrer. O Hinduísmo ensina que os homens possuem uma alma eterna e indestrutível(atma), que faz parte de Brahma, e que todos devem trabalhar para alcançarem a libertação (moksha) e voltarem para Brahma. Esta libertação é alcançada através da quebra do ciclo de existências sucessivas (samsara), ou seja, o homem a cada existência, através do conjunto de suas ações (karma), constrói sua próxima existência, enquanto o homem não conseguir alcançar o nirvana, que é o estado de plenitude e de conhecimento de si mesmo e do universo, o homem após a morte retorna para uma nova existência, que pode ser na forma de homem ou de animal (metempsicose), por isto os hindus respeitam tanto as vacas, os ratos e as serpentes, visto que acreditam que pode ser um ente querido que voltou nesta forma. Quando o homem não conseguiu se conduzir bem retorna em condições físicas inferiores, ao passo que se praticou ações corretas volta como homem. A religião hindu reconhece três caminhos para se alcançar a libertação(moksha): o caminho do conhecimento (Jnana Marga), o caminho da devoção (Bhakti Marga) e o caminho da obras rituais (Karma Marga), dentro deste contexto estimula a prática da Yoga, que é uma forma de subjugar o corpo à alma, assim como de unir a alma individual (atma) a alma universal (Brahma), e a meditação transcendental como formas de elevação espiritual que podem ajudar o homem a alcançar a iluminação e a libertação do mundo ilusório, além destes, são importantes também a oração, e o ascetismo, que é a libertação dos aspectos materiais do mundo.
Fontes:
www.espiritnet.com.br/hindu.htm www.logoshp.hpg.ig.com.br/hindu1.htm www.cacp.org.br/seitasorientais.htm www.infonet.com.br/users/manoeljr/links/religiao.htm Dibo, Dulcídio. Espiritismo e Religiões Reencarnacionistas – Um compêndio de vidas passadas, 2001. (Masdras)
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