Xintoísmo |
Originária de um conjunto de mitos, crenças e ritos que contam a criação do mundo, do Japão e da família imperial japonesa o Xintoísmo é a principal e mais antiga religião da terra do sol nascente. No seu início o Xintoísmo não tinha nome, era apenas um apanhado de lendas protagonizadas por divindades, chamadas Kamis, que habitavam todas as coisas desde a criação do mundo, entretanto, por volta do século XI, para diferenciar-se do Budismo e do Confucionismo, recebeu o nome de Xintoísmo, que significa o caminho dos deuses. Segundo o Xintoísmo o universo e o mundo originaram-se do CAOS (algo parecido com o Big Bang), donde separou-se o céu e as cinco grandes divindades: Amenominakanushi (Senhor do Nobre Centro Celestial), Takamimusubi (Grande Gerador do Deus Prodigioso), Kamimusubi (Divino Gerador do Deus Prodigioso), Umashiashikabihikoji (O Mais Velho Soberano do Cálamo), Amenotokatachi (O Eternamente Deitado no Céu). Deste último decorrem as sete gerações divinas, dois seres completos e mais cinco casais: Kuminotokatachi (Eternamente Deitado sobre a Terra) e Toyokumonu (Senhor da Integração Exuberante.
IZANAGI & IZANAMI são os seres criadores do arquipélago do Japão, no caso o mundo, e das inúmeras entidades secundárias, muitas das quais associadas a cada ilha. Com a orientação dos deuses mais antigos e em poder da Lança Celeste modelam a massa disforme que era o mundo e dão origem a 10 filhos que representam elementos da natureza. São esses:
O Xintoísmo baseia-se numa mitologia panteísta, ou seja, prega que tudo faz parte do todo universal, com suas inúmeras divindades que atribuem valor sagrado a todos os elementos da natureza. Na realidade, para esta religião, tudo no universo é divino, sendo tudo interligado e interdependente de forma que não só os seres vivos, mas o vento e a água, as pedras, a montanha, e todos os níveis invisíveis da natureza, coexistem em harmonia tendo se originado da mesma fonte, e isto caracteriza também uma forte a harmonia com a natureza, o adepto do Xintoísmo busca se familiarizar e se integrar com a natureza num comportamento simbiótico, de onde ele tira seu sustento, mas também buscar retribuir a natureza. Sendo assim, a sobrevivência, de tudo e de todos, depende do entendimento do ser humano com toda a estrutura vital a sua volta, considerando-a uma parceira e uma guia. Pode-se dizer que o Xintoísmo é o precursor dos movimentos ecológicos, pois ao contrário de muitas concepções ocidentais não considera os homens adversários da natureza, tendo que lutar para dominá-la, subjugá-la. Na concepção Xintoísta, e da cultura oriental de um modo geral, mesmo milênios antes de qualquer concepção ecológica, já se sabia que o ser humano não pode viver em confronto com a natureza, e que ele deve buscar a plena harmonia. Outra característica desta religião é que embora não possua princípios filosóficos extremamente elaborados, prega aos seus adeptos a importância dos valores morais e dos rituais para purificação individual como forma de crescimento e contato com o universo. A evolução histórica do Xintoísmo pode ser divida em três períodos bem definidos: O primeiro denominado de Xintô, não se sabe ao certo quando começou, mas vai até meados do século VI d.C. Este foi o período primitivo onde se originaram os mitos e lendas. Logo após veio a segunda fase, quando ocorreu à entrada de culturas estrangeiras no Japão, e o Confucionismo e o Budismo estabeleceram a sua influência, pois ambas possuíam grande apelo dentro do modo de vida do povo e foram facilmente assimiladas, principalmente, pela corte japonesa, incorporando-se definitivamente ao Xintô. Por volta do século XIX, ou mais precisamente em 1868, ocorreu o renascimento, quando foram resgatados vários princípios originais, que haviam sido abandonados e Restabeleceu-se a divindade da família real, fortalecendo assim a imagem do imperador e o Xintoísmo ganhou um caráter nacionalista e de identidade cultural. Era o Xintô do estado, que perdurou até o fim da segunda grande guerra, quando após a derrota do Japão, o imperador abdicou de sua essência divina, entretanto o Xintoísmo não se enfraqueceu, pois devido a sua grande flexibilidade, característica, aliás, própria do povo japonês, sobreviveu às influências ocidentais e fortaleceu-se. Embora alguns autores não considerem o Xintoísmo propriamente uma religião, por não possuir um código de leis explícitas, pela ausência de um Messias e de um livro sagrado, o Xintoísmo é praticado pela maioria absoluta da população japonesa e há um grande número de templos espalhados por todo o Japão.
Fontes: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda www.japaoonline.com.br/pt/shinto1.htm XINTOÍSMO - A Religião Japonesa, Universidade de Brasília, Junho/Julho de 1999, Departamento de Letras - Tradução, Curso de Licenciatura em Língua Japonesa, Disciplina: Cultura Japonesa 1, Professora: Donatella Natili www.sepoangol.org/xinto.htm
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