quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Novas evidências apontam para água em Marte
A NASA já escolheu um local de pouso para sua próxima volta por Marte, com o objetivo de buscar mais sinais de água no planeta.
Novas evidências do passado aquático de Marte sugerem que a água pode se esconder sob finas camadas de ferrugem espalhadas ao redor do planeta vermelho, em áreas que refletem as condições encontradas em regiões desérticas da Terra.
Essa é uma boa notícia para a missão que a NASA lançará em direção ao planeta no final deste ano. O explorador vai pousar na Cratera de Gale, em parte porque o local oferece condições promissoras para a busca de sinais de água.
Os cientistas sabem há muito tempo que Marte é o lar de alguns carbonatos – minerais que se formam rapidamente em grandes massas de água e que podem apontar para a história úmida do planeta – mas eles suspeitam que os carbonatos podem estar escondidos debaixo da ferrugem (óxido de ferro) que cobre muitas regiões de Marte.
Pesquisadores conduziram experiências de campo em regiões desérticas semelhantes a Marte. Eles perceberam a importância do verniz quando investigaram rochas carbonáticas revestidas com óxidos de ferro, coletadas no Deserto de Mojave, Califórnia.
Quando examinaram o verniz oxidado no laboratório, os cientistas descobriram que ele escondia sinais de carbonatos, além de algas verde-azuladas desidratadas. Como a superfície do planeta secou lentamente, os cientistas acreditam que o verniz pode ter estendido temporariamente o tempo em que Marte foi habitável.
Os organismos no Deserto de Mojave são protegidos da luz ultravioleta mortal pelo revestimento de óxido de ferro. Este mecanismo de sobrevivência pode ter desempenhado um papel em Marte, se é que já houve vida na superfície do planeta.
A nave espacial da NASA, Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), já encontrou manchas de carbonatos, de 60 a 150 metros de largura aproximadamente, na superfície marciana.
Agora, pesquisadores da agência espacial encontraram também manchas escuras que surgem periodicamente na superfície de Marte e que podem ser resultado do fluxo de água salgada no planeta.
A água congelada já foi detectada perto da superfície, em várias médias e altas latitudes, mas nunca houve nenhuma evidência definitiva de que água líquida ainda correria pela superfície do planeta.
As coisas mudaram. A descoberta das estranhas linhas escuras marcianas foi feita com base em um algoritmo que foi capaz de detectar mudanças sutis em Marte ao longo do tempo. Com ele, foi possível observar que algumas das manchas cresceram mais de 200 metros em apenas dois meses terrestres (confira, aqui, a galeria de fotos da superfície marciana obtidas pela NASA).
As manchas escuras, que podem ser provenientes da água salgada, surgem na temporada quente de Marte e desaparecem na fria. Elas descem encostas íngremes, como crateras, geralmente nos locais em frente ao equador. Essas linhas podem ter centenas de metros de comprimentos, mas apenas cerca de meio metro de largura.
E por que seria água salgada que flui nas encostas marcianas? A explicação dos cientistas é a de que a água salgada seria mais capaz de permanecer líquida em temperaturas frias do que a água pura, que congelaria na superfície de Marte. A fonte da água ainda é um mistério, mas as especulações dizem que ela surgiu do vapor da atmosfera ou do gelo do subsolo.
Fazer uma busca de indícios de vida em Marte não é tarefa simples, já que o custo e a dificuldade de levar uma sonda para Marte são grandes. No entanto, se a vida existe, é possível que esteja nessas salmouras, o que dá uma nova direção aos cientistas.
Os pesquisadores advertem que as observações não são à prova de água salgada líquida em Marte. As manchas podem ter surgido de outras maneiras, mas a água salgada é a melhor hipótese até agora.